“Moonlight” é o filme gay americano mais elogiado pela crítica atualmente. Dirigido por Barry Jenkins, já está sendo cotado por especialistas como favorito à temporada de prêmios de Hollywood.
Apelidado de “Little” (pequeno), o tímido Chiron (Alex Hibbert, de um olhar acuado de cortar o coração) mora numa comunidade pobre da Miami da explosão do crack dos anos 1980 e desde novo sofre com os colegas de escola que o tacham de bicha (“faggie”) – embora nem ele mesmo, aos dez anos, saiba o que isso quer dizer.
Quando chega na adolescência (quem assume é Ashton Sanders, numa performance mais exagerada, menos sutil), a introspecção aumenta na mesma proporção do bullying. Somam-se mais dez anos a essa história e vemos Chiron como “Black” (aqui entra o ex-atleta Trevante Rhodes, ótimo em sua estreia no cinema), já líder do tráfico local. O que não muda, ao longo das três fases em que o filme divide a vida do personagem é a busca por autoconhecimento – algo universal, inerente à vida de qualquer um, independente da cor da pele ou de com quem você se deita.
As questões de raça e orientação sexual, no entanto, ganham contornos ao mesmo tempo simples e complexos quando transpostas para um universo essencialmente masculino. Essa é a grande sacada da obra.
“Moonlight” ainda não tem previsão de estreia no Brasil.
Via Purpurinado