O ator Júlio Oliveira, de 33 anos, que participa do espetáculo “The Boys in the Band – Os Garotos da Banda”, falou sobre a responsabilidade de protagonizar a adaptação brasileira da primeira peça teatral com temática abertamente gay do mundo. Em entrevista ao gshow, o artista destacou o legado da peça produzida por Eva Wilma e John Herbert nos anos 70 e apontou que a história por trás de Os Garotos da Banda ainda segue atual na sociedade.
“Ela foi um símbolo e é importante grifar mais uma vez que a peça é um marco na abertura da dramaturgia gay na história do mundo. É claro que esses papéis sempre foram abordados, mas era na visão do outro. O gay sempre era engraçado, a cota da piada. Hoje, mesmo com tantos avanços, a peça se depara com muitas polêmicas. Eu fico imaginando o que foi isso há 55 anos. Tudo o que abre portas, aponta caminhos, arromba janelas merece todo o nosso respeito porque tem muito a ver com nosso trabalho como artista também. Desmistificar as coisas”, revelou o artista.
Júlio Oliveira também destacou que a peça segue atual mesmo após 50 anos desde a estreia de sua primeira versão no Brasil, já que a sociedade ainda tem muito a progredir. “Quando a gente resgata uma obra com a responsabilidade de hoje, a gente resgata não só a importância dela. Nós posicionamos na cabeça das pessoas o lugar onde deveríamos todos estar. Isso é o mais interessante”, analisou.
No espetáculo, Júlio Oliveira interpreta um cowboy, que acaba sendo o alívio cômico de toda a intensidade da trama.
“A peça tem uma estrutura que ela ganha o público pelo riso e quando o público está completamente rendido ela começa a declinar. É neste declínio que o Cowboy entra para ainda lembrar as pessoas desse riso que acabou de acontecer. Para aliviar um pouco dramaturgicamente toda a pancada que vem. Tá sendo uma delícia, eu vejo muita coisa de fora. O meu personagem é o que mais observa as coisas, o que vem acontecendo entre eles”, completou.
Via Observatório G