O atleta Caio Bonfim teve muito jogo de cintura para voltar a comentar sobre os ataques homofóbicos que recebe diariamente na rua por praticar a marcha atlética. “Não teve nenhum dia que eu tenha saído na rua que não fui xingado por fazer a marcha atlética”, disse Caio em entrevista para o UOL.
“Dizem: vira homem, para de rebolar, viado, fora, vai pra casa, vai trabalhar, vagabundo… Todo dia! Estou há nove anos na marcha e não teve um dia que não tenham xingado”, disse o atleta de 25 anos, bastante emocionado após o resultado, que nunca tinha sido alcançado por um marchador brasileiro.
“Joguei futebol por dez anos e digo que troquei o esporte mais popular pelo menos popular do Brasil. Esse é o legal. Descobrir algo novo. Minha mãe foi vice-campeã brasileira, me inspirou, fui para uma Olimpíada, que ela nunca tinha ido, e hoje sou quarto do mundo. É uma oportunidade de inspirar as pessoas e popularizar esse esporte, mostrar que há outros esportes legais”, afirma Caio.
Para quem não sabe, o esporte exige que o participante se movimente o mais rápido possível, mas não pode correr. Com isso, a todo momento, pelo menos um de seus pés precisa tocar o solo. O atleta, para cumprir a regra, acaba fazendo um movimento semelhante a uma “rebolada”, o que acaba levando aos xingamentos homofóbicos.
Via Pheeno